quinta-feira, 20 de junho de 2013

3º E.M. - Trabalho e Educação em Cotia

Analisando a maioria das sociedades, pode-se observar claramente a inter-relação entre certos aspectos sociais. Como é de se esperar o município de Cotia se enquadra nesse fato, especialmente quando tratamos de trabalho e educação. A partir de dados do último censo do IBGE (2010), essa relação se explicita quando são sobrepostas as informações referentes ao nível de instrução e ao número de empregados na cidade.



Outra relação digna de nota é referente à dimensão da evasão de alunos matriculados no ensino médio comparado ao número de alunos matriculados no ensino fundamental. Uma possível explicação para este fato reside no índice de jovens na mesma faixa etária que trabalham.

Em uma análise rápida constatamos que os dados apresentaram uma relação previsível, se por um lado dentre as pessoas que possuem um grau de instrução mais elevado, a taxa de desemprego é menor, por outro, dentre as pessoas que não possuem esse mesmo grau elevado (médio e superior) a taxa de desemprego é maior. Confira gráfico abaixo sobre trabalho e educação.




Essa discrepância de dados evidencia não só a diferença entre as classes em relação às possibilidades de estudo, mas também a carência do ensino público em sua esfera fundamental (educação básica).

Voltando nossa ótica para o número de matriculados nas escolas, nota-se que cerca de 31 mil alunos estão matriculadas no ensino fundamental, porém, quando mudamos nosso foco para o número de alunos matriculados no ensino médio, há uma queda de quase 60%, ou seja, permanecem no estudo apenas 12 mil alunos aproximadamente.

Essa evasão pode também ser analisada a partir do número de escolas presentes no município. Nota-se que há 132 escolas voltadas ao ensino fundamental e apenas 37 voltadas ao ensino médio. Qual será o motivo dessa decadente realidade? Ao analisarmos o número de jovens da mesma faixa etária que deveriam estar nessa transição de esferas de ensino, encontramos muitos que atualmente possuem vida economicamente ativa, ou seja, estão trabalhando. Dessa forma podemos estabelecer que uma das causas da evasão do ensino médio é a precoce inserção do jovem no campo do trabalho.

Segundo a coordenadora educacional do Colégio Sidarta Regina Bárbaro Martins Peralta, essa evasão se dá pela falta de oportunidade e condições socioeconômicas, fazendo com que o indivíduo tenha que entrar no mercado de trabalho sem ter uma qualificação mais adequada para esse ingresso.

Frente às condições e a conjuntura atuais, nota-se que as possibilidades para amenizar a situação dizem respeito ao poder público. Uma das possíveis ações a serem tomadas é o incentivo fiscal proporcionado às indústrias e empresas da região, que em moeda de troca promoveriam vagas direcionadas aos jovens que frequentam a escola. Dessa forma, ainda que com certo prejuízo acadêmico, os jovens que precisam da renda gerada pelo trabalho conseguiriam conciliar o período escolar com a vida economicamente ativa.


Vídeo: Entrevista

Entrevistados: Matheus Rodrigues, estudante do 3º ano do Ensino Médio da rede pública do município e participante do programa “jovem aprendiz”. Marcio Noseda, ex professor da rede pública do município. A entrevista aprofunda em questões desenvolvidas no artigo e principalmente busca a visão de um jovem que concilia o trabalho e os estudos e a visão de um professor, ambos que estão em contato direto com as condições da educação e do trabalho do município.


http://youtu.be/U8MpUxoSEys

Agatha (1) , Carolina (4), Felipe (6), Gabriela (8), Luiz Felipe (11), Pietro (16)

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